sexta-feira, 14 de março de 2008

Faces de Mãe

"São muitos os rostos de mãe. São muitas as marcas de vida que carregam: de expectativa e de angústia, de esperança e de medo, de felicidade e de dor, sobretudo de amor. Mulheres - jovens ou velhas mulheres - geradoras de vida. Geradoras da existência humana. Benditas sejam todas." Texto do Site: Mundo Jovem

Mulher agricultora, cedinho levanta, tira leite, trata a criação, faz café e segue pra roça “co’a” criança no colo e deixa-a na sombra brincando, enquanto cultiva o “pão nosso de cada dia”. Volta ao meio-dia pra casa e faz almoço; enquanto os outros descansam, lava a roupa e logo vai junto pra lida. De noite, dá banho nos filhos, alimenta a todos, só depois vai descansar. Mãe da roça, mulher sagrada. Bendita seja.

Mulher operária, antes de ir pra parada do ônibus tem que deixar almoço pronto pros filhos e ajeitar as coisas pra mandá-los à escola e só depois, inda madrugada, pega sua marmita e vai pro ônibus que, bem sabe ela, como sempre, está lotado. Depois do dia inteiro de trabalho pesado e sem poder conversar com ninguém (conforme ordem do patrão, pra que ninguém se distraia e produza mais), volta pra casa (de pé no ônibus), sempre pensando nas contas a pagar, no barraco que tá pra despencar a qualquer enxurrada, no filho que vai mal na escola, no marido que não arruma emprego. Melhor nem pensar. Mulher guerreira, tem coragem pra viver. Mãe de garra. Bendita seja.

Mulher índia, um dia foi dona destas terras. Hoje sem terra, sem teto, sem comida e sem o direito de viver sua cultura. Com os filhos pendurados no colo, vai pra calçada vender seus cestos, viver das migalhas da cultura que vem lhe matando há muitos anos, negando-lhe o direito de ser índia simplesmente. Mulher sofrida. Mãe índia - Mãe natureza. Bendita seja.

Mulher Ana, Joana...; levando o filho na carrocinha, de sol a sol. Mãe Odete, Claudete...; desempregada, catando as sobras do lixo pra matar a fome do filho. Marina, Mariana...; fugindo da guerra, um filho em cada braço e outros atrás. Mães nordestinas, retirantes, fugindo da seca, seguindo a esperança... Mãe Gaia de todos nós, “Marias” santas. Benditas sejam todas as mães e bendita seja a luta diária de cada uma, em busca de uma vida digna a cada filho que sobre esta terra nasceu.

Que um mundo novo possa ser gestado no ventre fecundo das mães, pais e filhos que, na luta diária da vida, acreditam na justiça, no respeito às culturas e no grande amor universal que traz paz à humanidade.

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